quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O JOGO(49) O VER E O SE VER

Numa relação desigual que sempre se projeta entre o ver e o se ver que vamos alimentando certas expectativas e concluindo por hipóteses diferentes do que determina o figurino. São parecidos a diferenciados reflexos onde sentimos impelidos a transparecê-los e a captá-los, dentro da quantidade determinada a cada situação.
É que funcionamos dependentes de certas expectativas e isto nos torna deficitários da nossa verdadeira imagem. Frente e verso – é desta forma completa que supostamente uma imagem se tornaria menos suscetível a se valer de outros reflexos. Poderia até se constituir nestes individualismos – como resultado – mas, em total auto-suficiência seria mais difícil imaginá-la, sem que destinos se apontem como conseqüência. Afinal a sua moldagem encontra-se num destino, por mais resistentes que se pareçam.
As diferenças, entretanto, se processam a partir da nossa percepção, e é dela que vai partir a nossa dependência de que se apresentem a nossa imagem os ingredientes que nem de longe imaginaríamos possuir. Além das visíveis – estética e raciocínio – outros componentes incluem neste cenário as oscilações sujeitas as determinações externas.
Mas é, predominantemente pela nossa percepção, que estas diferenças vão existir e vão se tornar oscilantes, ora sobrepondo como evidentes compensações, ora transferindo para o contexto as variadas formas de atribuir elementos que vão se tornar reabsorvidos pela nossa composição. Nestas evidentes modulações atribuídas ao ver e o se ver que vamos superando alguns reflexos e nos direcionando a outros, sempre nesta tentativa de estabelecer uma bem posicionada visão do que nos oferece os fatores compostos da realidade.
A expectativa é o grande regulador externo que faz condicionar ao modo de nos ver neste graduador de qualquer aceitação, além de nos impor uma nova ou diferente perspectiva que por ventura possamos adicionar ao nosso modo de perceber. É que este ajuste está além dos condicionadores sociais e, por mais que os utilizamos em certos apoios, fica a cargo dos reflexos estabelecermos para mais ou para menos suas interferências que provavelmente vão nos direcionar ou reduzir a níveis reais estas constantes diferenças.
Apesar de serem resultados coerentes entre imagem e raciocínio os fatores reguladores da estima nos levam mais a nos estabelecer através de certos cortes que nos propomos enxergar a realidade. Quanto a nossa percepção, continua dependendo de que ajustes externos interfiram regulando e evitando que passemos a nos tornar individuais e finalizadores. Se assim forem ajustados não fariam sentido o exercício de outros componentes como a ambição, porque, uma vez completos, não caberia nenhuma projeção e isto nos levaria a outro tipo de percepção, que é o nosso desejo, e daí em diante outros fatores reguladores do ¨se ver ¨iriam se tornar itens supérfluos e isto se tornaria uma forma inviabilizadora de qualquer expectativa que se conclua em alguma direção.

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