sexta-feira, 8 de outubro de 2010

OUTRAS ESTÓRIAS


Ser ingênuo ou ficar ingênuo, geralmente, independe de achar que se torna ou não em uma pecha definitiva. Na verdade, ficamos ingênuos diante de situações que se mostrem um pouco ou à frente daquilo que foi notificado ou transformado em questão. Normalmente, concluir apressadamente pode nos transformar rotulados nestes termos, mas, geralmente, o que nos torna característicos desta finalidade são visões diferenciadas de atribuir à ingenuidade um caráter singelo e até romantizado. Singelo porque nos remete a certa simplicidade estar ou ficar ingênuo diante de alguma conclusão mais elaborada. Romantizado porque acaba-se ligado a estes estados levitantes que nos fazem maiores enquanto pessoas e nos colocam em dúvida quando taxados repetidamente.
Mas, o que normalmente está ligado ou, pelo menos, subtendido em qualquer atribuição – independente da sua intenção – é a sua conotação simplista que atribui tanto aquelas conclusões precipitadas como a outras deixadas se fazerem naturalmente como destinos a serem anexados. Se não fosse assim, perguntaríamos – em certos casos – como fomos tão ingênuos em acreditar que determinado fato se fizesse em um destino diferente daquele que foi presumido. Na verdade o fato teve o seu destino final, as conclusões é que foram imprecisas diante das dificuldades ou em virtude do estado confortável em que se mediram o seu percurso. Ingenuidade então. Precipitação pode ser.
O que fica evidenciado não é a sua taxação, mas, na forma que pode ser vista como comodista e também pode ser encarada de maneira imediata, quando acreditamos naquilo que foi desenhado. Estamos sujeitos a estas duas vertentes, mas, não necessariamente fazer de alguma delas uma formação de aprendizagem. Vale sublinhar, que, muitas vezes, somos levados a concluir, independente de sermos relapsos ou de não poder imaginar que certos caminhos se fizessem tão curtos ou tão óbvios. Culpa do tempo, pode ser.
Isto tende a colocar a ingenuidade num patamar diferente e não destiná-la aos rigores que normalmente nos fazem tão racionais e que tiram o valor existente deste tipo de visão. Se, por outro lado, são nos rótulos que normalmente encontramos nossos limites,são pelos limites que encontramos outros meios de tornar flexível a sua designação. Então, ser ingênuo também tem suas vantagens e é, por este ângulo que, muitas vezes, se fazem ambíguos seus entendimentos. Ou seja, não se torna uma possibilidade ser taxado de ingênuo, mas benefícios também podem advir quando intencionalmente nos portamos por esta via.
Como nada pode ser assim tão definitivo que acabamos por institucionalizar certos procedimentos e designar ao ingênuo uma mesma definição. Acontece que, como tudo que se assemelha a uma condição percorre sempre caminhos condicionais, passamos a manter também uma relação ambígua com as suas finalidades. Se a resposta do ingênuo for compatível com a sua designação, reforça a sua condição, se diferente transfere a esta condição outros elementos que se agrupam ao sentido e a sua condição de algoz.
Construções acontecem quando estabelecidas dentro de alguma relação. Fora disto é na definição que mantemos niveladas qualquer avaliação preliminar. Geralmente nunca estamos imunes de nos tornarmos ingênuos frente alguma situação mais elaborada, como também não estamos isentos de nos portar de maneira contrária quando não nos vemos inseridos dentro de sua definição. Mas a nossa condição de aprendiz, esta sim é que vai designar e tornar diferenciado estes movimentos. O que vai ser determinado então não seriam as normais definições, mas as modificações apresentadas nestes ajustes que acabam tornando evolutivas qualquer forma de aprendizado.

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