quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O JOGO(61) AS ESCOLHAS.

Sentidos literais cumprem a sua função redutora de qualquer modo, elevado a fazer o nosso universo percebido tão distante daquele traduzido por esta via. Talvez necessários por comportar o sentido lato de qualquer expectativa e, por determinar o seu significante como um real sentido. Podem até tentar algum pequeno vôo que diminua a nossa sensação de nos ver refletidos em tão crua designação.
Fala-se tanto que, determinados choques de realidade, nos fazem literalmente mergulhar neste universo palpável e constituído pelos objetos determinados de sua função. Ou podem nos fazer compreender de maneira explícita as referencias contidas dentro de qualquer discurso.
De qualquer maneira, compreender ou sujeitar o nosso universo a esta via, elimina ou vincula às nossas perspectivas e nos faz destinar como reduto único, as constatações resultantes.
Mas, por ser literalmente reduzido o modo de compreendê-lo, que desejamos ter em mente algo mais amplo e menos sujeito a estas evidências – que nada mais são que estes destinos confortados e determinados pelas suas verificações. Aquilo que contrasta a esta porção delimitada, vai-se conferindo pelas nossas maneiras de nos ver, projetados muito além destas compreensões niveladoras e – muitas vezes – chapadas dimensões.
Quem já não deparou com alguma definição que tornou tão diminuta aquela amplitude estabelecida em sua expectativa. E, muitas vezes, em sua função também. Ou não se assustou quando foi surpreendido pelo sentido tão específico destinado àquele exercício recorrente que, consciente ou inconscientemente, estava atrelado a nossa percepção, mas não preparado para absorver aquela literalidade. Surpreender, surpresas ou constatações, tudo depende da forma que encaramos ou deixamos nos levar a cada um destes universos. Bobagem talvez.
Mas, nem tanto, quando constatamos que nossas percepções estão em maior número justificadas que suas literais traduções. O contrário não faria se estivéssemos reproduzindo com a mesma finalidade específica, de qualquer imagem projetada, a sua fiel identificação. Seria como se estivéssemos vivendo uma hiper-realidade.
Como sentidos literais não se constituem em um universo completo e, antes disto, não se fazem em uma forma única de estarmos envolvidos e desejados por estas constatações tão ¨reais¨ ,que recorremos a nossa forma de percebê-lo para criar os devidos contrastes, e assim, equilibrarmos dentro daquilo que consideramos aceitável estar absorvendo. Ajustes nem sempre tão reguláveis vão estar intimamente relacionados com a nossa capacidade de absorvê-los dentro dos limites da nossa concepção e não da forma em como se apresentam realmente.
Mas, literalidade passa a ter o seu sentido afetado justamente por este resultado, que não exatamente se deu através de sua contradição, mas na forma em que foi absorvido dentro das limitações impostas. Literal pode ser explicito ou o contrário de outra função ou, pode ser medido justamente por sistemáticas avaliações, dentro de qualquer outra forma propícia ao seu universo. Pode ser também a forma e, antes de tudo, o tipo de relação mantido com seu oposto, a ausência de qualquer construção, ou leitura primeira daquilo que absorveu-se por outros significados. Pode também se dar em níveis tão diferentes que ora podem estar no contexto, ora nos detalhes prometidos dentro de sua ¨realidade¨. Construções muito edificadas podem perceber-se em demasia e serem afetadas com mais facilidade pelos sentidos empregadamente literais.
O que – na realidade – precisa, em alguns casos, ser reproduzido de maneira fiel para que seu entendimento possa ser absorvido da mesma forma, em outros casos nos tornamos vulneráveis à suas entrelinhas e, procuramos diagnosticar com mais detalhes, aquilo que poderia passar como um componente qualquer. O que torna diferente, em qualquer atitude correspondente, está na forma em que explicitamos e revelamos aquilo que estava em sua forma ainda não definitiva ou, convenientemente situado dentro das permissividades que encontram-se permitidas entre a compreensão e a sua tradução para o tamanho de cada universo.

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