sexta-feira, 22 de abril de 2016

PROGNÓSTICOS HIPOTÉTICOS PARA O "GOLPE"

Descrito como “golpe” e propalado midiaticamente como tal, o governo e o PT se encontram agora entre o embuste e a ressignificação estrutural, ambivalentes propensos a continuar interferindo na vida política brasileira, como também sustentar, mesmo que simuladamente, os entendimentos que agora prometem distorcer a visão estratégica de cada um. Anunciado com ênfase e tramas de bastidores, o efeito narrativo de tal pretexto vem angariando seguidores e militantes, tanto no aspecto de deformação ideológica, como também de propagação ambígua na qual se interpreta como conveniente e assertivo integrar voluntariamente ao mote do “golpe” um viés estratégico, também, como insurgência sustentada de reorganização política, pensando simplesmente que este eixo pode se transformar num ambiente ideológico das esquerdas esquecidas para fazer páreo ou impedir um possível governo Temer. Dilma reforça  exacerbada a tese vingativa das tramas de bastidores, reforçando o jogo político e tentando mascarar os erros inadmitidos até agora, sustentando-se nos expedientes internacionais – mais sensíveis a informação golpista -, tentando criar factóides de pura ambigüidade e de discutível probatório verídico, resistindo indefinidamente entre o lado medíocre da situação para referendar e angariar para o PT a origem que faltava para ressurgir conflitante e radicalizado em performance estratégica de convencimento. Depois de tantas manobras e táticas erroneamente sustentadas pelo governo nas suas confianças exageradas e fragmentadas, propaladas autoritariamente como manda o figurino do poder invasivo de expectativas absolutas na vantagem a qualquer custo, vistas agora em nuances dialéticas insurgentes do propalado “golpe”, configurado na prerrogativa infinita e, pela veracidade simuladamente encaixada no vice-presidente; provavelmente, passa-se a noção de que existem mesmo conluios e tramas de bastidores conspirando pela queda do governo, tanto que, pela probabilidade dialética, angaria militâncias e produz expressivas divisões na população por creditar tal fato como existente ou, interpretar pelo lado medíocre esta investida de Dilma pelos destinos internacionais a procura de sustentação política. Em discussão, de novo, o pensamento individualista levado a pretensão combinatória de se fazer valer a qualquer custo, desimportando ai a real intenção do pacto, alias, nunca levado a serio pelo governo como resultado pratico da crise político-econômica.
Prevalecer a qualquer custo não vale a pena em situações definitivas ou probabilisticamente saturadas como agora no governo se percebe esvaziado literalmente, com vacância ministerial expressiva e com baixa sustentação política; tem-se, também, na debandada do PMDB um caráter de traição, abandono do barco e reforço às expectativas golpistas de pretender tramar antecipadamente todo desfecho agora explicitado. Pode ser interpretado desta forma, como também, pelo lado autoritário do governo no tratamento do congresso, depreciando e excluindo as manobras e táticas políticas tão necessárias num ambiente volátil e oscilante como o cenário político em questão. Pode tudo ou nada, principalmente se levarmos em conta a ambigüidade narrativa do “golpe” e os antecedentes esquecidos de erros e impedimentos do congresso ao referendar pautas-bomba num momento em que o necessário ajuste creditava em expectativa e contundência, agora, servindo de pano de fundo dramático para a crise de valores e de perspectivas. Existe um lado estratégico do governo que se apega as facilidades bastante discutíveis, pagando para ver o vale tudo irresponsável e kamikaze de exercício político e, investindo numa resistência condicionada aos valores individuais e autoritários de se fazer valer pela força bruta, impulsivamente existencial a ponto de, sendo governo, tomar medidas precipitadas e sistematicamente acometidas pelo afoito e, mesmo não sendo, ao que parece nesta ida abrupta em discursar na ONU. Para o PT, o propalado “golpe” deve referendar estratégias daqui para frente em radicalizações e, por reflexo, aumentar e renovar a militância, dividindo o pais numa polaridade que, ao possível governo Temer, tenha a dificuldade expressiva pela mobilização oposicionista com o mesmo teor unilateral que direcionou o partido no tempo existente. O ridículo de pretender impedir um desfecho previsível no Brasil, passando a imprimir um discurso esvaziado e desacreditado midiaticamente, para em oposição, produzir uma popularidade distorcida e motivada, em alguns casos, pela intenção simulada dos movimentos sociais, por outro lado, convencendo novos creditáveis ao destino da vitimização interpretativa e, da anarquia preconizada pelas mobilizações e outras intervenções pontuais. Existe, certamente, uma finitude e um renascimento propondo conflitantes pelo eixo reativo, a não ser que o prognostico operacional da lava jato venha ceifar toda pretensão aos destinos negativados da penúria política e, da desagregação eleitoral também previsível aos investimentos do PT. Esta diferença expressiva das exibições invasivas às regras propagadas por Lula nos seus infindáveis discursos marqueteiros agora conflitam com a probabilidade de renascimento prevista à menção do “golpe”, paradoxo em armadilhas pensadas como recurso estilizado e, do desperdício narrativo posto ao exibicionismo como se percebe em Dilma tal adequação histórica vitimizada e insurgente.
Existe nestas dialéticas relegadas pela baixa política pragmática uma explicitude vivenciada contextualmente, direcionadas pelas negações narrativas e apelos táticos a manobras de bastidores, fazendo do jogo probabilístico uma interação absoluta e fragmentada ao excluir o intervalo de consideração. Assim faz Dilma ao recusar a ponderação para investir numa narrativa que pode enterrar de vez seu ideal histórico, valendo-se sucessivamente de estratégias distorcidas e do vale tudo; foi assim com a economia quando executou a fatídica “nova matriz econômica”, como em outros impulsivos destratos contextuais, tudo com a vertente kamikaze que destrói toda experiência política em favor de alternativas puristas do jogo probabilístico. Esta visão restrita que agora empenha o possível discurso na ONU, aproveitando a onda internacional que, de fora, acumula a informação posta aqui mesmo em direção estratégica de desacreditar a possível transição política, repercutindo aqui mesmo o distorcido em favor de vantagens individuais e de apego ao poder pelo poder. A probabilidade domestica de inverter expectativas do jogo político se tornaram rarefeitas ou impossibilitadas, fazendo continuar apelos internacionais a este “golpe” meio simulado e intertextualmente creditado, justificado pela polaridade efusiva e unificada do discurso de oposição; tem-se, no PMDB, a pretensão das manobras e articulações pensadas pela facilidade política de tramar um golpe em meio às trapalhadas e impopularidades do governo, provavelmente, protagonismo adquirido com a debandada do governo e a inversão tática, principalmente contando com o maquiavelismo de Eduardo Cunha e sua vasta experiência política em sobreviver, mesmo em conturbadas e corrompidas situações  de ódio generalizado a sua figura. Daí conclui-se que, no jogo político, o PMDB exercita-se em melhor performance que o governo e, com a conveniência dos expedientes narrativos desperdiçados por Dilma e Lula em estratégias sucessivas e exposições longamente contestadas pelos aspectos midiáticos, extravagantes em exibir a polaridade, reforçando e expressando sob uma grave crise de valores e de apego a baixíssima política de confronto e desconstrução; tem-se,também, o apego exagerado do poder, professando manobras e simulações para se fazer valer redutivamente na sua manutenção continuada.  

Um “golpe” com manifestações de rua pode ser peculiarmente visto pelo lado pirateado e copiado de 1964, em usurpações invasivas dos elementos originais em ressignificação bastante peculiar dos prognósticos simulados sobre o purismo do jogo probabilístico e revelia contextual, como sempre se pautou o governo nos seus antecedentes estratégicos cíclicos ao poder de fato e de direito. Jogar politicamente sem a devida experiência pode ser um tiro no pé, sempre, já que distorcidas pela quantidade elementar o ambiente estratégico lança mão dos próprios limites provisionados sobre o inimigo em questão; o governo jogou muito mal quando mandou para o congresso um orçamento deficitário, resultando em perdas seqüenciais do grau de investimento, em outras, exibiu toda soberba com o congresso, atrelando as verbas parlamentares ao estimulo e tramitação das pautas e outros condicionamentos fisiológicos, limite bastante discutível quando se deseja governar pelo consenso e com a visão restrita da baixa política de resultados. Esta particularidade que agora desemboca no propalado “golpe” faz da armadilha do governo o apressamento da saturação do modelo de poder e das expectativas de quem vive do jogo político sem saber jogá-lo como se deve; o que se percebe nas experiências e oportunismos do PMDB, senão agir sobre as seqüelas deixadas pelo tempo coadjuvante em manobras usuradas pela visão puramente situacional, representativo no vice-presidente em incumbência natural de dar seqüência ao processo governamental. Ou seja, decorrencia natural permeada pelo oportunismo deslavado e politicamente consignado pela experiência de governos anteriores, adaptados ao momento bastante desfavorável da corda ao enforcado, resultado do vasto excedente relegado e da inércia e desconstrução que, no governo, existiu no desperdício estratégico a pretensão elevada da continuidade a qualquer custo. Para o PT, ao contrario, a existência do “golpe” pode referendar em Lula a reorganização eleitoral, como também, administrar o erro do possível governante pela ótica costumeira e repetitiva de se tornar viável politicamente; existe um porem muito evidente ao desgaste continuo do personagem Lula que, em comparativos desequilibrados mina em progressivo toda pretensão revitalizante de insurreição e preponderância, escalonando valores contextuais à ótica midiática de quem administra a sua narrativa pela exibição polarizada e irreflexiva. Justificado então pelo paradoxo, o governo, o PT e Lula agora observam a dialética recusada pelo unilateralismo , vivendo explicitamente a contradição, realidade demonstrativa de como a linguagem expressa contextualmente o que foi relegado em discurso radicalizante e definitivo, proposto ao agrado geral e submetido a testes e valores que se vão desconstruindo rapidamente, esfacelados pela armadilha probabilística do IMPEDIMENTO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário